28 junho 2006
25 junho 2006
20 junho 2006
Colega do lado.
Gramamos a família porque a hereditariedade nos impõe, gramamos o Marido (ou a mulher) porque o escolhemos de livre vontade, mas gramamos os colegas de trabalho porque nos calham na rifa e temos de levar com eles em cima, a bem ou a mal, na melhor das hipóteses, oito horas por dia. Ou seja: a família, quando muito, aos domingos e feriados; o marido e os filhos, duas, três horas por dia, no máximo (metade das quais a ver televisão ou a partilhar tarefas domésticas); e os outros, para os quais não fomos ouvidos nem achados, dispõem de mais tempo e de mais espaço do que toda a nossa vida somada.
É com eles que rimos, choramos, que nos irritamos, que amuamos, que lixamos ou somos lixados, que vamos à bica e às compras, é a eles que avaliamos, que ajudamos, são eles os nossos carrascos e cúmplices, os nossos amigos ou, pior, os nossos principais inimigos. É no trabalho, acho eu, que revelamos as nossas grandes capacidades e virtudes, mas também, e como há tempo para tudo, o pior que o ser humano tem: a inveja, o rancor, a gula (roubo todas as caixas de chocolates onde os meus olhos vão parar), a vaidade, a intriga, o orgulho, a luxúria (enfim, todos sabem como e porquê. "Ai, você hoje está linda.", "Acha Dr.?", "Não acho, tenho a certeza, brilha como a lua").
O ambiente de trabalho é assim, muitas vezes, uma impiedosa arena do circo romano onde se mata quem é fraco, sobrevive quem é forte. É esta a tragédia da questão. Competitividade e matança são armas letais de significado idêntico - desafie-se o poder! Mas como perder ninguém quer, ligamos a competição à ambição (a longo prazo) e à ganância (a curto prazo), tudo em circuito fechado, para que a via-sacra da matança seja forte demais e excitante demais para a conseguirmos abafar. (...)
Há sempre um gajo porreiro em que nos escudamos e que, de facto, não nos quer tramar às primeiras; um gajo que tem dias e que ora amanteiga para direita, ora amanteiga para a esquerda - é o gajo que quando a coisa corre bem foi ele próprio que a fez (é "muita bom"), quando corre mal, fomos nós, pobres inexperientes e ele até se fartou de nos avisar, infelizmente não acreditámos no seu teatro.
Adoro a tribo dos manteigueiros frenéticos: aqueles que só saem depois do chefe nem que fiquem a jogar paciências no computador, que nos desfazem em strogonof pelas costas, que controlam as nossas entradas e saídas de cena, bichanam com os seus superiores e ajustam contas com as secretárias e o pessoal, a quem com tanta alma chamam "menor", baralhando sem pudor humilhação com humildade. Prefiro o folclore dos que gritam como ovelha a ser degolada mas que depois se redimem ao acrescentarem uns parágrafos triunfais na "porra" do dossier.
Nós os portugueses adoramos reunir. Podemos não fazer a ponta de um corno, mas reunir tem de ser. Basta reunir e já está! Não é nunca o ponto de partida, é sempre o ponto de chegada. E antes de reunir gostam de planear a estratégia para tramar o parceiro. Pode não haver estratégia para mais nada, mas para tramar o colega do lado, aqui vai disto.
Agressividade quanto baste é a metodologia (odeio esta palavra) para chegar ao poder. Todos conhecem a cartilha, a cru ou disfarçada de fada boa. Em suma, os portugueses acham que para serem melhores têm de arranjar alguém para mau da fita, é a teoria dos vasos comunicantes em todo o seu esplendor. É com "vasos" destes - que à partida não são nem amigos, nem filhos, nem marido, nem sequer os escolhemos num menu - que temos de partilhar o cheiro, a voz, e o génio; das ramelas, à barba por fazer; das malhas na meia ao rímel esborratado, todas as horas, todos os dias, todos os anos. É tudo uma questão de "ambiente" no trabalho!
in Expresso de 09/11/2002
por Phil's Studio às 22:59 4 comentário(s)
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09 junho 2006
05 junho 2006
"Frequência".
Na madrugada de Sábado para Domingo revi o filme “Frequência”, que a SIC exibiu.
É um filme que me deixa em baixo, apesar de bonito. Apesar do fim feliz, tira-me o sono por completo.
Duas boas interpretações de James Caviezel (o filho) e de Dennis Quaid (o pai).
É um filme que conta a história de um polícia que consegue comunicar através de um velho rádio com o seu pai, bombeiro, estando este em vésperas da sua morte, há 30 anos atrás.
No filme, e com a diferença de 3 décadas no tempo, pai e filho têm praticamente a mesma idade. Conseguem conversar sobre tudo. Até mesmo sobre o que não viveram juntos. Conseguem, inclusivamente, alterar o passado, tendo consequências no presente.
Imagino-me com aquele velho rádio, conseguindo alcançar a tal frequência…
Conseguiria sarar esta ferida, que tanto dói e não esmorece?
por Phil's Studio às 23:55 2 comentário(s)
Marcadores: Pessoal
02 junho 2006
Fisgas do Ermelo.
No fim-de-semana passado tive oportunidade de voltar às Fisgas do Ermelo. Lugar fantástico e paradisíaco.
Aspectos negativos:
- A caminhada que é necessário fazer para lá chegar, entre caminhos e precipícios.
- Normalmente, a água é muito fria.
+ A paisagem.
+ O sossego.
+ Ar puro.
+ Água pura.
+ Possibilidade de se fazer praia na montanha.
por Phil's Studio às 13:12 7 comentário(s)
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