30 novembro 2007

Ora, bolas...

Sou um crítico deste governo que temos. Numa época de crise como esta que vivemos, que não pode haver margem para erros, acho que se tem feito asneiras atrás de asneiras. Não tenho usado muito este espaço para apontar o dedo ao governo português porque acho que não é o sítio indicado para o fazer. Prefiro fazê-lo em conversa, defendendo os meus pontos de vista, escutando as opiniões diferentes.
Hoje, faço-o em forma de desabafo.
Para quem não sabe, sou diabético insulino-dependente. Não me sinto uma vítima por sê-lo, mas como é fácil de imaginar, tenho algumas “chatices” com a doença. Apesar de ter uma vida perfeitamente normal, tenho de ter alguns cuidados, sendo o principal, a administração de insulina 3 a 6 vezes ao dia, por via injectável. Se fizer tudo como “deve ser”, ainda devo fazer 3 a 4 controlos diários da glicemia (nível de glicose no sangue), através da “conhecida” picada no dedo.
Há tempos, surgiram boas notícias para os diabéticos insulino-dependentes. Foi anunciado que começaram a comercializar uma máquina muito mais prática para administrar a insulina no corpo. Para não entrar em muitos pormenores técnicos e “chatos”, basta dizer que a tal máquina substitui as cerca de 180 injecções mensais que tenho de auto-administrar, por cerca de 10. Isto, sem falar no maior controlo que a máquina efectua sobre a doença e o aumento da qualidade de vida.
Ainda não havia pormenores comerciais, mas havia de ser cara, certamente.
- Ora, bolas…
No dia 14 de Novembro (dia mundial do diabético) o governo português anunciou que a máquina seria comparticipada a 100% pelo Estado. Excelentes notícias!
A minha consulta de Endocrinologia estava para breve; tinha que me informar junto da minha médica.
Afinal, não é bem assim. A verdade é que o governo português calcula que nos próximos 5 anos possa comparticipar 500 máquinas (100 por ano?).
- Ora, bolas…
Mas ainda não está tudo perdido.
- Mas quanto custa a máquina?
- 3.510 Euros! E os consumíveis custam cerca de 120 Euros/mês. I.V.A. incluído.

(Vá lá!...)
OK… Num universo de cerca de 60.000 diabéticos insulino-dependentes em Portugal, vamos passar a ter diabéticos de 1.ª e de 2.ª…
Mas, calma. Não é uma questão de sorte ou azar. Não...
Se não se tratar de familiares de ministros, secretários de Estado ou similares, os “candidatos” terão que ser examinados por uma junta médica para se certificarem que o paciente é “merecedor” ou não.
Será que estamos a falar das mesmas juntas médicas que têm examinado os professores que pediram reforma antecipada ou que estão de baixa?
- Ora, bolas…


(Fotos: Roche Portugal)



26 novembro 2007

Lei dos fumadores.

Sou fumador. Infelizmente, mas sou.
Vou falando da falta de vontade para deixar de fumar e tal… mas a verdade é esta: eu tenho prazer em fumar. E quando as coisas me dão prazer… torna-se muito difícil abdicar delas. Mas um dia destes, lá terá de ser. «O que tem de ser, tem muita força» e eu hei-de encontrar essa força que me tem faltado.
Como a maioria dos fumadores, cometo imensas barbaridades relacionadas com o vício, apesar de pensar que não sou dos piores, apesar de achar que até tenho algum cuidado… principalmente com os outros.
No início do pFumarróximo ano, entra em vigor a nova lei do tabaco*. No meu entendimento, deveria chamar-se a «lei dos fumadores». É única e exclusivamente para eles (nós) que a lei está direccionada. Não para o tabaco.
Mas voltando às faltas de racionalidade dos fumadores (e são tantas), o ano passado, nas férias, tive um caso que me envergonhou. Acho que foi a primeira vez que senti vergonha enquanto fumador «mal-pensante». No final de férias no nosso país vizinho, já no regresso, decidimos ficar dois dias em Madrid. Éramos quatro adultos (três fumadores) e duas crianças. Na primeira noite decidimos ir jantar no centro da cidade. Convém lembrar que era o primeiro ano que a nova lei dos fumadores estava em vigor em Espanha, se não me engano.
Escolhido o restaurante, entramos. Nós, os homens, íamos à frente, as mulheres e as crianças seguiam mais atrás. Um empregado dirigiu-se a nós.
- Quantas pessoas?
- 6. – Respondemos nós.
- Fumadores ou não-fumadores?
- Fumadores.
Mal respondemos, espreitou para trás de nós e viu os miúdos. De seguida, e sempre muito simpático, informou-nos:
- Estão acompanhados de crianças. Não podem ir para a área de fumadores. Sigam-me por favor.
Nem esperou pela nossa reacção. Começou imediatamente a dirigir-se para a área de não-fumadores, esperando que o seguisse-mos. E seguimos. Com vergonha, mas seguimos. “Toma e embrulha!” – pensei eu.
Voltei a confirmar a regra este ano. Em todas as estações de serviço das auto-estradas que têm áreas para fumadores, têm a seguinte informação:
“Área de fumadores. Proibida a entrada a menores de 16 anos nesta área.”
Este é um exemplo a seguir. Tanto se falou que íamos copiar a lei espanhola… mas não. Faltou-nos um bocadinho… assim. E esse bocadinho foi as crianças. Por cá, além da proibição de fumar nos estabelecimentos de ensino, nada mais é referido.
Nem copiar sabemos.
Antes que alguém pense que o bom-senso terá de imperar, eu digo já que não vai ser assim. Se os fumadores tivessem bom-senso, nem sequer fumavam, não é? E eu sou um "bom" exemplo. Em casa só fumo na varanda. No restaurante, queria um lugar para fumadores… Pois…

* Acrescentei uma Circular Informativa sobre a «Lei para os fumadores» na coluna direita deste Blog. Pode ser consultada em “Utilidades e Coisas Interessantes”.


18 novembro 2007

Simpatia 2007.

Já não me lembrava de receber um prémio...

E logo o prémio Simpatia 2007! Obrigado, Angelis.
Uau!...

Mas não vou continuar a tradição e nomear outros 5 simpáticos(as). Acho que não conheço tantos(as)...

Simpatia 2007



04 novembro 2007

Porque não?...

Para quem gosta de misturar negócios com prazer...
Porque não?

Experimenta!
(Clica e inscreve-te)